sexta-feira, 30 de julho de 2010

Só meu.

Não sou um ser no espaço, mas perdida em um tempo, meu, só meu.
Olhares ingratos entregavam a minha condição humana
Que elegia intimamente cada segredo, meu, só meu.
Recuei em um grito esbaforido, onde minha voz saiu despedaçada.
Eu não queria mais ser aquele objeto submisso,
Era hora de conviver com a incerteza do presente e reinventar um futuro, ao qual eu estivesse mais bem colocada, melhor adaptada, quem sabe.
E aquele rosto montado no espelho, refletia mais intensamente, era eu, era meu, só meu.
Eu já sabia que era inevitável, mas por um brevíssimo segundo, achei – tola – que não teria medo de me encontrar com o desconhecido.
Insana, exibicionista, agressiva até mesmo ao me expressar, demorei a entender que a cada “ser” é dada uma identidade, uma liberdade, uma satisfação e um prazer.
O prazer de viver, ser feliz era meu, só meu.
E nessa busca por um novo eu...
Encontrei-me com um alguém, que sem querer se revelou por ser, eu.
Foi tudo inútil, eu já me conhecia.
Abafei o então riso que veio involuntário, com a palma da minha mão, naquele momento eu podia ser eu, eu queria ser eu, aquele momento, era meu, só meu.
Nada poderia mudar, pois isso tudo ou nada, sou eu, é meu, Só meu.

Um comentário:

  1. "Eu não queria mais ser aquele objeto submisso,
    Era hora de conviver com a incerteza do presente e reinventar um futuro, ao qual eu estivesse mais bem colocada, melhor adaptada, quem sabe."

    adorei esse trecho, me fez realmente pensar em um instante da minha vida!
    muito lindo o seu blog.

    beiijos da Paula, sua irmã que te ama muito.

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