terça-feira, 6 de novembro de 2012

Quase luto, quase dor


O pouco de sanidade que ainda resiste dentro de mim grita: você esta pirando, e o pior, eu sei, só que a mentira era do tipo “tão bem contada” que cheguei ao ponto de guarda-la no bolso da calça jurando ser uma verdade absoluta. Foi então que entrei em um estado latente de quase, quase luto, quase dor, mas não era nada disso, era só o danado do amor se esbaldando as minhas custas. Custa caro o amor, meu caro. Meio caro.
Caralho, olha se não estou falando do (...)
Eu sei que você deita e dorme com a consciência tranquila, enquanto eu me ocupo andando pela casa mais especificamente ao redor da mesa. Eu sei que você deita e dorme, enquanto eu tenho uma vontade imensa, quase descontrolada dentro de mim de sumir, de ativar o botão “Off” e me deixar a disposição apenas para uma boa musica, no meu canto. Calada. Eu sei que você deita e dorme,  enquanto eu leio algum clássico da literatura nacional, fumo um baseado, e passo a noite em claro. O que se reflete nas olheiras do dia seguinte e no mau humor aparentemente sem motivos, mas acredite, eu os tenho e não são poucos. Depois volto pra casa e tenho vontade de dormir por horas, a fim de saciar essa minha fome de felicidade, essa minha sede de amor e essa minha constante falta de carinho.
Falta, mas não volta.
Desta vez não tem mais volta, e volto a dizer, como se nunca tivesse dito, não volto e, por favor, não volte (...) Passou, é claro, e já faz um tempo, o único “pequeno” problema é o que ficou, de resto, não me incomodo. Não me importo, respiro fundo e continuo em frente. Não dá pra parar não é mesmo?
Tô tranquila, assistindo a novela da vida com o controle remoto na mão, qualquer incomodo, qualquer cena desagradável é só mudar de canal e pronto, tudo resolvido. Pra que complicar?
Marquei hora no salão e resolvi me perfumar, dessa vez eu não tenho um alguém pra quem ficar linda, a não ser eu mesma, e sabe. Vou ficar linda pra mim. A partir de hoje vou me amar, e quanto a você, continue dormindo (...)  


Só não deixe de sonhar.

2 comentários:

  1. "O que se reflete nas olheiras do dia seguinte e no mau humor aparentemente sem motivos, mas acredite, eu os tenho e não são poucos. " -> quem nunca? Mais uma vez, um ótimo texto.

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