sexta-feira, 24 de agosto de 2012

E o amor


E você me pergunta (...)
E o amor?
E eu respondo (...)
“E o amor?”
E você retruca, sim, o amor.
E eu respondo (...)
Ah, veja bem, o amor. Sei lá. Sabe que nunca parei pra pensar direito nisso. Na verdade até parei pra pensar, mas, como deve imaginar, não consegui defini-lo, nem entendê-lo, quem dirá deveras vivê-lo. Complicado, não é mesmo! Às vezes eu penso que é aquele aperto no peito, aquela angústia, a vontade do outro corpo colado no meu. Outro corpo com passado, vontades, sonhos, manias, ambições e defeitos que não os meus. Mas que de alguma maneira se tornam nossos. Acho que é isso.
E você me pergunta (...)
Isso o que?
E eu respondo (...)
O amor, oras, é justamente isso. Não saber direito o que ele é, quais os sintomas, as causas, sua origem, suas razões e mesmo assim sentir tudo que ele provoca. Acho que é isso também.
E você me pergunta (...)
Isso também o que?
E eu respondo (...)
Não querer alguém para simplesmente dividir as contas, mas para multiplicar os sonhos. Diminuir as inseguranças e somar os ganhos.
E você me pergunta (...)
Matemática isso?
E eu respondo (...)
Isso o que?
E você me pergunta (...)
O amor!
E eu respondo (...)
Matemática pura!
E você me pergunta (...)
E o amor?
E eu respondo (...)
“E o amor?”
E você retruca, sim, o amor.
E eu respondo (...)
O amor não é só festa, existe um pouco de velório também.
E você me pergunta (...)
Velório?
E eu respondo (...)
Sim, é vivenciando o amor que a gente enterra o nosso orgulho, nosso ciúmes, nosso egoísmo, nossas falhas, nosso descompasso, nossas contradições. É vivenciando o amor que buscamos a nós mesmo e nos encontramos com o outro.
E você me pergunta (...)
E o amor?
E eu respondo (...)
“E o amor?”
E você retruca, sim, o amor.
E eu respondo (...)
Vai bem, obrigada!

Um comentário:

  1. Eu ja tive uma conversa bem parecida com essa :D , que texto incrível Diva!

    ResponderExcluir